O BNDES prevê divulgar nesta semana as condições de financiamento para os ganhadores do leilões de geração (A-4 e A-6) e de transmissão que serão realizados em dezembro, segundo o gerente de Energia Elétrica do banco, Marcus Moraes. Em tese, o banco ainda pode oferecer empréstimos indexados pela TJLP, taxa de juros incentivada que é tradicionalmente usada em suas operações para projetos de infraestrutura. Isto porque a nova taxa de juros do banco, a TLP, só será obrigatória a partir de janeiro de 2018. Mas a decisão não foi tomada, segundo Moraes.
A divulgação das condições deve ocorrer, portanto, com pouco mais de um mês de antecedência, já que o leilão de transmissão será realizado no dia 15 de dezembro e os de geração A-4 e A-6, respectivamente, nos dias 18 e 20 do mesmo mês. “Tivemos uma mudança grande com a TLP e precisávamos discutir com os agentes, associações e empreendedores”, comentou Moraes.
De acordo com o o gerente, a intenção é que o banco mantenha a política de priorizar - oferecendo melhores condições - projetos sustentáveis.
Solares no banco
Neste ano, o BNDES aprovou seu primeiro empréstimo para energia solar, de R$ 529 milhões para a primeira fase do projeto Pirapora, da EDF EN em parceria com a Canadian Solar, que entregou os painéis com conteúdo local para a usina. De acordo com o gerente do BNDES, que cuida da divisão de Eficiência, Eólica e Solar do banco, as outras duas fases do projeto, que foram negociadas nos leilões de 2015, também estão em análise no banco. Dois outros projetos, de empreendores ganhadores dos leilões de 2014 e 2015, também estão nesta fase de negociação de financiamento, mas ele preferiu não revelar os possíveis clientes.
Nova fase
O BNDES vem incentivando uma diversificação maior de fontes de financiamento para projetos, ainda que mantenha energias renováveis entre as áreas prioritárias – para os últimos leilões, ofereceu participações de até 80% dos itens financiáveis para solar e de até 70% para eólica, algumas de suas melhores condições. A TLP é só uma das mudanças, e deve ser introduzida de forma gradual, sendo totalmente incorporada aos novos empréstimos em cinco anos - na fase de transição, o banco usará a TJLP mais uma parcela da TLP.
Além disso, o banco busca incentivar a emissão de debêntures incentivadas, muitas vezes como comprador, e participação maior dos bancos regionais, como o BNB, e comerciais.
Apesar disso, a visão do banco, segundo Lucas, é de continuar tendo uma participação importante no financiamento dos projetos, por sua característica de retorno de longo prazo.
Fonte: Brasil Energia - 08/11/2017